Sobratema prevê crescimento de 25% nas vendas de equipamentos da linha amarela para 2021

Sobratema prevê crescimento de 25% nas vendas de equipamentos da linha amarela para 2021

Dado foi apresentado durante webinar que discutiu os riscos, desafios e oportunidades do mercado da construção, e traz perspectivas animadoras para a Link-Belt

No dia 22 de julho, a Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) promoveu o webinar “Atualização das Tendências no Mercado da Construção”, trazendo perspectivas positivas para as fabricantes de escavadeiras, como é o caso da Link-Belt. Além da divulgação de um estudo de mercado, o evento reuniu especialistas no setor para discutirem sobre o futuro econômico do Brasil e do mundo.

Mediado pelo vice-presidente da Sobratema, Eurimilson Daniel, o webinar teve como ponto de partida uma breve apresentação do presidente da associação, Afonso Mamede. O profissional destacou o crescimento acelerado do mercado da construção. “Fortes crescimentos passam por grandes investimentos e a prova disso é que grandes fundos financeiros estão investindo no setor, o que implica em uma grande demanda de equipamentos”, destacou.

Além de Mamede, o gerente de Projetos da Messe Muenchen do Brasil, Rafael Rinaldi, também deixou sua mensagem. O assunto foi a projeção de feiras e convenções a serem realizadas no formato presencial, em 2022. A Smart.Con está prevista para os dias 25 e 26 de abril. Já a M&T Expo deverá acontecer entre 30 de agosto e 2 de setembro do próximo ano.

Na sequência, foi a vez do Consultor da Sobratema, o Eng. Mário Anibal Miranda, apresentar o estudo feito pela entidade sobre as tendências no mercado da construção. Os dados foram coletados junto a construtoras, locadoras, fabricantes e distribuidores. Além disso, o estudo contou com a colaboração de associações como a ABIMAQ, ANFIR e SNIC.

Entre os principais números divulgados, o destaque ficou por conta da estimativa de crescimento de 25% nas vendas de equipamentos da linha amarela (movimentação de terra) em 2021, o que representa a comercialização de 24 mil equipamentos. Sendo que das máquinas vendidas, 80% são retroescavadeiras, pás carregadeiras e escavadeiras hidráulicas.

Segundo Miranda, o índice positivo identificado se justifica pelo aumento da oferta e do volume de negócios das construtoras, locadoras e distribuidoras. “O estudo apontou que 80% das empresas que participaram da nossa pesquisa afirmaram que a demanda por equipamentos neste ano foi igual ou superior a 2020”, pontuou.

No que se refere a volume de vendas, 87% das companhias disseram que, em 2021, os negócios estão semelhantes, melhores e até mesmo muito melhores que no ano passado. Dentro da percepção de mercado, os setores que lideram o crescimento de vendas de serviços são a agricultura, a mineração e a construção pesada.

Na visão de Matheus Fernandes, Business Manager da Operação Link-Belt Latin America, mesmo com todos os desafios impostos pela pandemia, é possível notar que o cenário econômico da construção e mineração no Brasil tem se desenrolado de forma positivo.

“O dólar subiu, a taxa de juros caiu e a demanda por equipamentos aumentou bastante ao longo do último ano. Diante disso, apesar do momento atípico pelo qual ainda estamos passando, enxergo que haverá bastante oportunidades de crescimento para o setor”, disse.

A respeito da precificação, especificamente na linha amarela, o estudo da Sobratema revelou que o número de vendas equivale a cerca de R$ 14 bilhões. O valor significa um crescimento de 27% em relação a 2020, quando esse mercado arrecadou R$ 11,2 bilhões. A diferença é explicada não só pelo aumento na demanda, mas também pela elevação nos preços dos equipamentos. Os altos custos de componentes e matérias-primas e a variação cambial são os responsáveis pelo ajuste.

Entretanto, apesar dos dados apresentarem um cenário satisfatório, alguns desafios ainda precisarão ser enfrentados. A variação de preços das máquinas, a disponibilidade de equipamentos para atender a demanda, a falta de crédito, a corrosão de margem na gestão operacional das empresas e o atraso em obras são os principais obstáculos na visão das companhias.

O Futuro Econômico no Brasil e no Mundo

O webinar promovido pela Sobratema também teve a participação do jornalista e economista, Luís Artur Nogueira. A partir da constatação de um crescimento médio de 6% do PIB global em 2021, o profissional apontou os mecanismos necessários para que a economia nacional acompanhe esse avanço. Em 2020, o PIB apresentou uma queda de -3,6%.

Uma vez que a recuperação econômica mundial está ligada ao controle da pandemia do novo coronavírus, os riscos que podem prejudicar essa retomada também se relacionam à COVID-19. O surgimento de novas variantes que comprometam a eficácia das vacinas e a ausência de vacinação em países pobres são as principais ameaças.

Para o Brasil, a expectativa é um crescimento do PIB de 4,5% em 2021 e 3% em 2022. “Para atingir essas estimativas, serão necessárias a vacinação completa da população, a realização de ajustes fiscais, reformas e uma estabilidade institucional”, afirmou Nogueira.

Além disso, o jornalista destacou algumas medidas que devem ser tomadas pelo governo federal ainda durante a pandemia, como: o esforço de crédito para pequenos empreendedores, o adiamento no pagamento de impostos (Simples), a flexibilização nas leis trabalhistas e o retorno do auxílio emergencial.

Ao final da apresentação de Luís Artur Nogueira, o mediador Eurimilson Daniel promoveu um debate entre os participantes. Além de Miranda e Nogueira, a conversa contou com a presença do Consultor da Raiz Consultoria, Yoshio Kawakami.

Durante o debate, o profissional ressaltou o desequilíbrio na retomada econômica entre os países ricos e pobres, uma vez que a estrutura de alguns fabricantes não estava preparada para os reflexos da pandemia, principalmente quanto à demanda e à alta nos preços nos equipamentos. “A recuperação será mais forte em países como os EUA, Europa e Ásia, uma vez que a demanda nesses lugares naturalmente já é maior em relação ao Brasil, por exemplo”, concluiu.